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Projeto de professor do IFSP recebe financiamento internacional  – IFSP

Iniciativa visa a conservação de espécie de cogumelo em risco de extinção 

Cogumelo Pleurotus magnificusO professor Nelson Menolli Júnior, coordenador do IFungiLab (Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Micologia) do Campus São Paulo, obteve a aprovação do projeto “Climbing the mountain to conserve the magnificent Brazilian edible mushroom Pleurotus magnificus, an Endangered species restricted to Araucaria forests” junto ao The Mohamed bin Zayed Species Conservation Fund (MBZ). 

O Fundo MBZ é uma organização filantrópica que promove a conservação de espécies biológicas em todo o mundo, liderado por Mohammed bin Zayed Al Nahyan, atual governante de Abu Dhabi e presidente dos Emirados Árabes Unidos. O fundo foi criado em outubro de 2008 e tornou-se ativo em janeiro de 2009 com uma dotação inicial de 25 milhões de euros. Os rendimentos da doação são direcionados para projetos de conservação de espécies ameaçadas e em perigo de animais, plantas e fungos em todo o mundo. Desde sua fundação, o Fundo MBZ apoiou 2.894 projetos com mais de 27 milhões de dólares todos os continentes do globo. 

Pleurotus magnificus é o nome da espécie objeto do projeto aprovado e que está classificada como “em perigo de extinção” segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN Red List). A espécie buscada pelos pesquisadores foi descrita em 1906, pelo micólogo austríaco Johannes Rick, a partir de material coletado no estado do Rio Grande do Sul. Recentemente, novos registros da espécie foram feitos para os estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, comumente em áreas de altitude e associadas à Mata de Araucárias. Para saber mais sobre a espécie Pleurotus magnificus, veja este artigo recém-publicado com a colaboração de parte da equipe do IFungiLab. 

O habitat desta espécie de cogumelo é uma formação altamente perturbada, que sofreu um impacto histórico, com perda de cerca de 90% da sua área de cobertura original e ainda com declínio contínuo, com áreas remanescentes compostas por pequenos fragmentos (< 50 hectares) que são cercados por terras agrícolas e pastagens antropogênicas, o que contribui para a ameaça da espécie foco do projeto. 

A proposta apresentada pelo professor Menolli, com financiamento aprovado no valor de US$ 12.000 (~ R$ 68.000,00), tem como objetivos: encontrar populações in situ de Pleurotus magnificus com esforços em áreas de altitude da Floresta de Araucária no Sul e Sudeste do Brasil; coletar dados sobre hospedeiros e condições climáticas para o desenvolvimento de cogumelos em seu habitat natural; isolar os espécimes amostrados para obter cultura pura e promover a conservação ex situ (fora do habitat natural); conduzir estudos moleculares para certificar a identificação de culturas puras; conduzir estudos de desenvolvimento micelial in vitro para determinar a temperatura de crescimento ideal e as demandas nutricionais para futuros estudos de domesticação e cultivo; reavaliar, se necessário, o status da espécie na Lista Vermelha da IUCN; promover ações para chamar a atenção do público para esta espécie de cogumelo com cobertura da mídia e produção de material de divulgação científica. 

 Além da equipe do IFungiLab, o projeto conta também com o apoio do Grupo de Especialistas em Fungos do Brasil (Brazil Fungal Specialist Group) da IUCN e com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, vinculados ao grupo MIND.Funga, e da empresa Terroir Sul.  

Para saber mais sobre os projetos desenvolvidos pelo Prof. Menolli e sua equipe, acompanhe no Instagram o perfil @IFungiLab.