Jaguar admite preocupação com vácuo na Fórmula E – Notícia de Fórmula E – Grande Prêmio
A se prepara para estrear na África do Sul no próximo fim de semana, mais especificamente entre os dias 24 e 25 de fevereiro, e o sul-africano James Barclay, chefe da Jaguar, não esconde a felicidade por correr em casa pela primeira vez. Em uma conferência por vídeo, o chefe de e abordou a chegada ao continente africano e foi questionado sobre o vácuo visto nas últimas corridas, algo que tem chamado a atenção no início da Era Gen3.
Com quatro corridas realizadas na temporada até aqui, um novo fenômeno pôde ser observado na categoria: o aumento exagerado do vácuo, que tem prejudicado os líderes durante as provas. Conforme dito por Barclay, os ponteiros têm observado um gasto de energia consideravelmente maior do que os competidores que vêm atrás, justamente pela resistência maior do ar.
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“Nas últimas corridas, nós vimos isso começar a surgir. Tivemos um pouco disso na geração anterior, mas está se tornando mais óbvio com a nova roupagem dos Gen3 e as configurações”, avaliou. “Basicamente, se você está liderando, pode consumir energia a um ritmo mais acelerado do que os carros atrás. É algo que veremos o ano inteiro?”, questionou.
“Precisamos ver como isso se desenrola ao longo da temporada. Vimos isso, pelo menos, nas últimas duas corridas”, comentou. “Esse efeito de vácuo é um grande fator e pode forçar uma equipe a largar a liderança de forma consciente”, reconheceu.
Chefe da Jaguar, James Barclay falou sobre o vácuo observado na categoria em 2023 (Foto: Fórmula E)
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Barclay admitiu que o problema já fez com que a Jaguar precisasse intervir em uma corrida. No eP de Hyderabad, justamente após perceber uma diferença substancial no gasto de energia. No entanto, o sul-africano não soube prever se o fenômeno se repetirá na .
“Nosso piloto [Evans] se classificou na pole em Hyderabad. Estávamos liderando a corrida, mas então precisamos fazer Mitch perder a liderança, porque estávamos usando mais energia do que os carros atrás de nós — basicamente quebrávamos o vento e puxávamos os carros de trás”, comentou. “Poderá acontecer o mesmo na ? Veremos quando chegarmos lá”, resumiu.
Sobre a estreia da na África do Sul, Barclay espera por uma etapa extremamente desafiadora. Além do fato de ser uma novidade para todos os pilotos do grid, estar apenas na quinta corrida da nova geração ainda faz com que as equipes tenham pouco conhecimento sobre os novos carros Gen3.
“A maioria das equipes estará falando sobre duas coisas quando chegar à ”, disse Barclay. “Primeiro, estarão tentando encontrar a configuração perfeita para a performance em uma volta e para a corrida. Isso é muito complexo, porque os Gen3 não possuem nenhuma tração de frenagem traseira”, afirmou.
Mitch Evans chegou a liderar o eP de Hyderabad, mas uma batida do companheiro Sam Bird botou tudo a perder (Foto: Fórmula E)
“Então, como não há um disco no eixo traseiro, as equipes diminuem esse eixo com motores elétricos”, explicou. “E o eixo dianteiro tem um disco de freio de carbono, que chamamos de conjunto dianteiro da unidade de potência”, afirmou.
“Depois, há os pneus — e é fundamental fazer o carro funcionar nos novos pneus da Hankook”, destacou. “Ainda está muito cedo em nosso conhecimento sobre o pneu, então as equipes ainda estão se acostumando com as maneiras de tirar mais dele, com mais potência do que nunca. Então, isso será um desafio que todos os times tentarão superar”, salientou.
E se a configuração dos carros trará uma dor de cabeça às equipes, a preocupação dos pilotos ficará por conta das curvas rápidas do circuito sul-africano. Na visão de Barclay, a pista da Cidade do Cabo — tida como uma das mais velozes no calendário da — exigirá altos níveis de técnica por parte dos competidores.
“A pista, definitivamente, será um teste ao comprometimento dos pilotos em curvas de alta velocidade”, ressaltou. “Vai exigir muita técnica em algumas das seções de média e baixa velocidade. Acho que joga a responsabilidade para o piloto. Mas é claro, quando você chega a velocidades maiores, é aí que o verdadeiro comprometimento aparece e você vê os carros e pilotos em seu máximo”, apontou.
A Cidade do Cabo se prepara para receber a Fórmula E pela primeira vez em 2023 (Foto: Reprodução)
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“Nossos pilotos estiveram no simulador durante toda a semana para aprender tudo sobre a pista. Praticaram a classificação e a corrida, para que as coisas estejam prontas em termos de configuração”, destacou. “A pista parece rápida em vários lugares. Então, quando eles chegarem à , já terão pilotado centenas de voltas no mundo virtual. E precisarão colocar aquilo em prática no mundo real”, prosseguiu.
Por fim, James fez questão de destacar a importância do simulador para o entendimento de uma nova pista. De acordo com o chefe da Jaguar, é possível testar situações de classificação e corrida, além de se habituar melhor com os novos compostos da categoria. Além disso, traz confiança aos pilotos antes de suas primeiras sessões na pista.
“Temos de fazer isso [muitas horas no simulador], porque esses carros são muito complexos. Então, praticar no mundo virtual é crítico para conseguir desempenhar no mais alto nível”, analisou. “Você tem apenas um gosto do que terá pela frente e entende mais sobre os pneus”, disse.
“Mas o mais importante é que os pilotos precisam estar confortáveis antes do treino livre, forçando e aprendendo o máximo possível. Você ficaria impressionado com o quão rápido eles aprendem sobre as pistas nesse nível. Com algumas voltas, eles já estão freando centímetros antes do último ponto de frenagem. É sempre animador vê-los indo à pista pela primeira vez”, finalizou.
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